Depois de interrogatório com Moro, Claudia Cruz visita Cunha na cadeia

(Imagem Divulgação)

A jornalista Claudia Cruz, esposa do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deixou o prédio da Justiça Federal, em Curitiba, 28 minutos após o horário previsto para o início do interrogatório como o juiz Sérgio Moro nesta quarta-feira (16).
 

 
Em seguida, ela foi visitar o marido na Superintendência da Polícia Federal, onde ele está preso desde 19 de outubro.

Claudia Cruz é ré em um dos processos da Operação Lava Jato, acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A jornalista só respondeu aos questionamentos da defesa, porque "era o suficiente para esclarecer tudo", segundo o advogado de defesa dela, Pierpaolo Bottini.

Perguntada se sabia de uma conta em seu nome no exterior, Cláudia se limitou a dizer que "possuía apenas um cartão de crédito internacional", utilizado entre os anos de 2008 e 2015.

Claudia Cruz visitou Eduardo Cunha na PF em
 

 
Curitiba nesta quarta-feira (16)
 

 
(Foto: Leandro Britto/ RPC)

A esposa de Cunha afirmou, no depoimento, que usava o cartão para custear os estudos dos filhos. "Os meus filhos com Eduardo estudaram e estavam para estudar fora. Isso [o cartão internacional] era para, exatamente, para custear os gastos dos estudos e gastos de consumo".

Cláudia alegou que assinou papéis, apresentados por seu marido, mas não sabia "se era para a abertura de uma conta ou um cartão". Ela disse que não tinha nenhum motivo para desconfiar de Cunha e negou que, em algum momento, teve a intenção de ocultar dinheiro no exterior.

De acordo com as investigações, Cláudia foi favorecida com parte de uma propina milionária supostamente recebida pelo marido. O dinheiro, ainda conforme a força-tarefa da Lava Jato, foi um pagamento ilícito pela viabilização da aquisição, pela Petrobras, de um campo de petróleo em Benin, na África.
 

 

 
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ela tinha consciência dos crimes que praticava e usou o dinheiro para pagar despesas de cartão de crédito no exterior em um montante superior a US$ 1 milhão num prazo de sete anos, entre 2008 e 2014.

A defesa de Claudia afirma que ela tinha ciência da conta aberta em seu nome, mas nunca teve motivos pra desconfiar da origem dos recursos que vinham do marido.

O processo tem ainda outros três réus - dois já foram ouvidos. Para esta quarta-feira também está previsto o interrogatório do empresário Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira.

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