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TPM: O Canteiro Central, para você, macaubense visitante do São João

(Foto: Marcos Rita Sant'Ana / Macaúbas Notícias)

O Movimento Popular Todos Por Macaúbas, emitiu um texto intitulado "O Canteiro Central" destinado aos macaubenses que virão para o São João em Macaúbas.


Placas e laços pretos foram colocados nas árvores que ficam no canteiro, a qual a prefeitura tem projeto de derrubar as árvores e acabar com o canteiro, conforme anunciado em Sessão da Câmara pelo vereador Ricardo Costa.


Projeto este que não agradou o Movimento Popular, além de matar as árvores, este projeto foi visto como não prioritário diante de tantos problemas mais urgentes que Macaúbas tem para resolver, como os diversos problemas existentes no Hospital (falta de Raio-X, sem o Centro Cirúrgico, reforma interminável, etc.).

(Foto: Marcos Rita Sant'Ana / Macaúbas Notícias)

Veja abaixo o texto na integra.

"O Canteiro Central

Obs: para você, macaubense visitante do São João.


O que levaria um “canteiro” a se tonar central no debate político em Macaúbas, se não estivesse ele denunciando uma série de absurdos?


Contextualizando: na sessão do dia 25 de abril de 2017, num clima de falsa passividade que parece predominar na Câmara de Vereadores de Macaúbas, o “líder do governo”, o Sr. vereador Ricardo Costa, surpreendeu todos ali presentes com a informação de que a prefeitura iria reformar a via de acesso da cidade, com destaque à retirada do canteiro central da Av. Prof. Ático Vilas-Boas da Mota (do ginásio de esportes à delegacia), e que inclusive o edital para tais obras seria lançado hoje, 5 de maio.


Qual o motivo da surpresa? No dia 20 de abril, ali mesmo na casa legislativa, esteve reunido o Conselho Municipal de Saúde onde fora denunciado, dentre tantas barbaridades, a falta de materiais básicos para o funcionamento regular do principal hospital do município. Um dos motivos, como fora apontado, é exatamente a falta de licitação dos referidos materiais.

Não é necessário alongar muito no caos da saúde pública municipal: não funcionamento da UPA, a reforma destrutiva do Hospital, degradação dos postos de saúde, salários absurdos à médicos, etc. Também não deveremos alongar muito na injustificada transferência de responsabilidades do problemas ao ex-prefeito; prática que se tornou recorrente da atual administração, apesar dos já 125 dias de governo, sem contar o mês de dezembro – o chamado “período de transição” – onde esses problemas já deveriam ser mapeados. O absurdo da surpresa é sabermos que as PRIORIDADES da atual gestão para com os macaubenses não são aquelas realmente básicas e fundamentais, como a saúde, mas também a reforma das escolas municipais, a regularização dos contratos de trabalho diante dos vergonhosos salários de R$ 300,00 pagos pela prefeitura, a moralização da administração com o fim do nepotismo, perseguições, etc.


Mas é necessário considerar também que, dentre os problemas não tão graves, como os já mencionados, a situação das ruas, intransitáveis e com vergonhosos buracos, requer de fato solução. No entanto, não bastaria um recapeamento asfáltico? É realmente necessária uma obra de retirada de canteiro arbóreo e com postes de luz, acarretando em mais recursos, tão escassos e tão necessários em outras áreas fundamentais? Apesar disso tudo, os representantes do executivo insistem com as seguintes justificativas: os “altos índices de acidentes” na referida via e o oferecimento de um maior “conforto” e “segurança” para os visitantes no São João.

E aí... é necessário dizer aos macaubenses não residentes e demais visitantes do São João, vocês mesmos que não sofrem cotidianamente com a falta de saneamento e outros serviços básicos no município, que até o momento não foi divulgado pela prefeitura nenhum estudo técnico sobre o mapeamento dos acidentes de trânsito na cidade que justifique tal redirecionamento de recursos públicos. Suspeita-se de sua inexistência. Obviamente, isso fortalece, por outro lado, os indícios de que a real intenção seja o embelezamento desnecessário da cidade para você que vem de fora passar o São João.


As questões sobre a centralização política de um mero canteiro de árvores e postes agora podem ser intercruzadas: por que licitações que embelezam a cidade se tornam PRIORIDADE para o governo municipal? Estamos revivendo aquela prática ultrapassada, utilizada no primeiro mandato do atual prefeito, de “embelezamento” do espaço público sem discussão ou consulta alguma com a sociedade, como ocorreu na praça matriz? Por falar no episódio da reconstrução da praça no primeiro mandado, será que faz parte da estratégia de dominação política destruir tudo aquilo que foi construído por prefeito passado e, agora, inimigo político? A política “pão e circo” pretendida para o São João seria uma forma de mostrar e convencer os “de fora” para que, como formadores de opinião, convençam os demais de que Macaúbas está sob um bom governo? Não haveria outra alternativa para a segurança no trânsito (educação, sinalização, etc.) para evitar gastos com o irresponsável desmatamento de árvores e a mera transferência de postes do canteiro central?

Se as suspeitas estiverem algum fundamento lógico a mobilização contra a referida retirada do canteiro central se faz necessária porque ela revela absurdos. E não apenas e meramente pelas árvores que serão arrancadas por motivos injustificáveis, embora seriam elas suficientemente importantes para barrar tal iniciativa da prefeitura se vivêssemos em uma sociedade séria e amadurecida, social e ambientalmente. No entanto, como diz o poeta: “Que tempos são esses, em que / Falar de árvores é quase um crime / Pois implica silenciar sobre tantas barbaridades?” (Aos que Vão Nascer, Bertolt Brecht)."



Fotos: Marcos Rita Sant'Ana / Macaúbas Notícas

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